quarta-feira, 25 de março de 2015

Passeios de Março

Então,

As vezes acho que cheguei muito atrasado ao mundo náutico porque a era das grandes navegações iniciada no seculo XV terminou precisamente no dia 9 de Agosto de 2014 dia que lançamos o Furioso. rsrs

Digo isso porque em 7 meses de velejadas e quase TODOS os fins de semana a bordo foram raríssimos os dias com sol, céu azul e VENTO a exceção do curto período passado em Bombinhas e ainda assim olha lá.

Neste mês descemos duas vezes. A primeira tentamos velejar, e puxa, estica, dá 3 pulinhos, faz mandinga e o vento naaada. Terminamos onde? No ilha do Teixeira, 4 barcos a contra bordo comendo e bebendo desde as 15h da tarde indo até sei lá que horas quando alguns ja estavam enrolando a língua pronunciando um idioma indecifrável e outros repetindo N vezes que o Games of Thrones foi o melhor seriado dos últimos tempos. Foi divertido mas a cada fds engordamos um tantinho mais. hahahahaha
Nos separamos bem de noite, realmente não me lembro que horas. Adoro fazer isso, mas neste momento quero velejar e aprender, mas está difícil conseguir uma condição boa para isso. 

Obviamente o tempo não estava bom, cinza, chovendo, garoando e nós lá,,,, "encalhados" no Teixeira por isso nem me deu t... de bater foto, peguem uma la de trás com céu cinza que dá na mesma. As crianças até que se divertiram e por isso para mim valeu o fds.

Nesse último combinei com o Reges ir até a Ilha das Peças que é longe pacas, e na vela. E tenta e tenta ora com rajadas ora morrrto e nos atrasamos, claro. As 17h mudamos o rumo para a ilha das Cobras que fica no meio do caminho, uma ilha bem abrigada de alguns quadrantes de ventos e adivinha por onde entrou um vento pqp de forte 1h mais tarde? De onde ela não é abrigada é obvio, que dúvida. Não me preocupei TANTO porque o fundo é de lama segura bem mas com o vento uivando e aumentando o bicho pegou, a ultima vez que medi estava em 25 nós e aumentou muito depois disso. Até o caseiro da ilha ficou com a lanterna em nós prevendo a mer.... mas nos safamos. rsrs

No domingo as 9h tinha um "ventão" de 10 nós onde estávamos e os navios ja desordenados indicando estofo de maré para inicio da cheia, ai zarpamos.

Abri todo o pano e logo ali o barco já adernou e foi a 6 nós, só lembrando, estou com a buja (100%) ai eu consegui fazer umas experiencias com a vela, solta, puxa vira o barco. Gente,,, que coisa, está difícil aprender, foi bem por um tempo mas logo o vento rondou, foi baixando baixando eeeee... zero. Putzz, e dá-lhe ativar o vento de porão. As 15h chegamos na poita, mais 1h para limpar o barco e voltamos pra casa........  sem comentários (snif)

Dia desses vi num site noticias sobre Furacões no Brasil, que o mês de Março estava se firmando como o mês deles e pelo jeito até pode, ano que vem vamos ter mais novidades. 

É o que temos para esse mês, vamos ver nesse domingo o que rola.

T+ 

JD


terça-feira, 3 de março de 2015

O retorno - Porto Belo a Antonina

Então, 

Este é o relato da travessia para levar o Furioso para casa. 

Com o passar do tempo e com algumas experiências a mais, nossa escala de dificuldade vai variando, hoje já não tenho mais tanto receio de navegar na baia de Pgua, apesar de ainda ser perigosa. Perigosa no sentido de que você tem que estar ligado o tempo todo, nas pedras, nas canoas, nos baixios, nos navios, no raio que o parta da DRAGA e outros etc´s e quem ainda não saiu de lá não conhece a sensação de não ter essa preocupação. Dá pra pensar assim: Caminhe nas calçadas das cidades olhando apenas para frente, nunca para o chão, difícil né? Agora caminhe numa pista plana de um parque, sem buracos ou depressões, show de bola né? É mais ou menos por ai, mas nunca descuide senão…...

1o. Dia (Domingo)

Programamos o retorno do Furioso para domingo de carnaval, dia 16. Eu estava acompanhando os informes do windguru e digamos assim que não estava de todo bom, vento sul de 10 a 15 nós e como íamos para o norte resolvemos arriscar. Desta vez estava junto o pai do meu genro, o Wilson Martins, experiente lancheiro e pescador além do Skipper Marcelo, de Paranaguá, o mesmo que nos trouxe em Dezembro.

Saímos de PB umas 15h aprox já com vento moderado (para mim), motor a 2500 rpm, sem gás na cozinha e portanto sem comida quente. A geladeira DE NOVO se recusou a funcionar. A jabiraca insiste em medir a tensão das baterias e se estiver baixa não funciona. Caso ligue o motor em seguida, também não funciona, tem que carregar bastante, desligar o motor, ligar a geladeira e ligar o motor novamente. Não sei se isso é uma programação do equipamento ou se é algum problema, uma hora arrumo isso.

Tínhamos sanduíches, frutas, coca cola quente, agua quente e salgadinhosfrutas secas mas nada de gás, pois havia acabado na ultima vez que estivemos lá e acabei levando o botijão para Curitiba para trocar e como o projeto era levar o Delta 26 do Reges para PB estava tudo certo. O Delta não foi e ficamos sem comida quente…….

Estava sem embarcar havia 2 fins de semana e para não arriscar tomei novamente o maldito Strugeron, para mim dá um sono dos infernos uma sensação lazarenta de ruim e lá pelas tantas esquentou e baixou minha pressão, ai sim foi o ó do borogódó.

O mar estava bom (para mim) porém as onda vinham de alheta por boreste (por trás e do lado direito), então o barco subia na onda, virava para boreste (direita) e retornava parcialmente para a direção original dando uma surfadinha, ai você tinha que compensar na cana de leme a diferença e fazer isso a cada onda, depois de 382.259 ondas cansamos e instalamos o Jarbas que funcionou excepcionalmente bem,,,,,,,,,,,,, até que no fim da tarde as ondas estavam altas, bem altas (para mim) e o vento apertando e nós somente com a mestra quando o Jarbas começou a dar Tilt (Alguem ai ja foi em flipperama?). Reprogramei o “elemento” para fazer as correções mais lentamente o que ajudou por um tempo, depois dava o mesmo erro e assumimos o controle.

Como o Marcelo já estava na cana de leme havia 2 horas eu assumi o controle, como as ondas eram grandes e as surfadas eram frequentes e divertidas mas me empolguei e ai ficamos totalmente fora do rumo foi  quando o Marcelo me chamou a atenção para aproar para casa e não para a praia. Passado um tempo eu não conseguia mais colocar o barco no rumo, já estava com as duas mãos na cana de leme e começando a ficar irritado comigo mesmo até que comentei, “Putzz, ou eu sou muito ruim na boléia ou esse mar está me sacaneando” e o vento aumentou mais ainda e o mar cresceu MUUUUITO quando o Marcelo que disse: “Não é você, é o mar vamos baixar tudo e rumar para Itajai, não adianta seguir, só vamos nos cansar mais.” O porto estava distante 1:30h de navegada e prá lá fomos.




Já rumando para Itajaí, tivemos esse maravilhoso por do Sol



E mais a noite, ai ja era 20h


Chegamos em Itajaí as 21h, demos umas voltas para achar um lugar para ancorar mas com tudo escuro estava complicado. Nesse meio tempo liga o Moacir, do Everest, preocupado conosco, disse para chamar a Marinha no rádio e pedir ajuda, coisa que o Wilson já estava fazendo, ligando para um número que achamos na internet, creio ser o nr piloto da Capitania dos portos de Itajai, e não é que atenderam? Ele explicou a nossa situação e o militar que poderia ter dito que o expediente havia encerrado, pois eram mais de 21h, mas foi extremamente prestativo ouviu tudo e chamou o Sargento e explicou a ele novamente. Este autorizou encostarmos no pier ao lado do navio patrulha e aguardarmos. Quando ele chegou explicamos que o mar estava muito ruim por isso entramos ali e pedimos “pouso”, como se diz no interior. Ele pediu os documentos de todo mundo e do barco e  ligou para o superior para pedir autorização, explicou de novo, indicou que estava tudo ok conosco e o veleiro etc etc etc e eu já prevendo a negativa.
Dito e feito, ele disse que superior não permitiu atracar na base porque era área militar, que havia um navio ancorado lá etc e tal mas que iria achar uma solução para nós e era para aguardar. Ai ligaram para o delegado que autorizou colocar num pier ao lado da base. E la foram os militares e a guarda portuária nos ajudar na atracação.


Lá pelas tantas eu estava dentro do barco e me chamaram para conversar sobre a “revista”. O guarda portuário Leandro (se não me engano é esse o nome dele, vi rapidamente na farda) que nos atendia disse que viu o nome do barco e ficou com uma sensação de já conhecê-lo, ai lembrou da reportagem na revista Náutica Sul de Janeiro. Conversamos longamente sobre a construção a historia etc, ele estava entusiasmado por nos achar por ali e eu porque alguém viu a revista e lembrou hahahahaha. É uma sensação gostosa, prazeirosa que nos dá um certo orgulho.

Furioso ja devidamente ancorado em Itajai, aqui ja eram 22:30



 Quero deixar aqui o registro do excelente atendimento prestado por todos na Capitania dos Portos de Itajaí e guarda portuária, foram extremamente educados e pró-ativos pois poderiam simplesmente dizer NÃO e fim, mas correram atrás de uma solução ainda que por uma noite, afinal, lá não era uma marina hehehe. Fomos de carona até a portaria com o Leandro (Guarda portuária), e fomos na pizzaria em frente pôr o estomago em dia.

Uma coisa que adoro fazer a bordo é DORMIR. O balanço do barco é uma delicia e as 7h da madrugada já estávamos em pé e zarpando.

Nesse ponto ja é o fim do mole de Itajai, depois disso é so contornar a boia e seguir rumo norte.


2o. Dia (Segunda feira)


Entramos no mar novamente a vela e motor, onda grande e vento constante de 15 nos de alheta. Desta vez o piloto funcionou e seguimos sem maiores novidades até perto da bóia 1 na entrada do canal da galheta com chuva, vento sudeste com rajada de 20 knós e aumentando. Entrando no canal ficamos de ondas de popa e caracas!! Que ondas! Não vou dizer o tamanho porque não dá pra medir, mas uma hora olhei pra trás avisei o Marcelo, que estava pilotando, que havia um onda, ondaaaa laaazaaaareeenta de grande atrás de nós e demos uma baita surfada, não sei se foi nessa mas as velocidade máxima do barco que está registrado no gps foi de 11,5 knós, o dobro da velocidade “cruzeiro”.

Chegando na boia 1 no canal da Galheta e o tempo piorando


Desta vez nenhum barco entrou conosco e em pouco tempo passamos as ilhas entrando numa calmaria absurda. É como quando você está de carro numa estrada de pedra e cheia de buracos e em seguida entra no asfalto, pára toda a barulheira, chacoalheira, bateção, vento, etc, ohhhh santa paz, que saudade que estava sentindo dessa tranquilidade, santa baia.



 3o. Dia (Terça feira)

Dormimos em Pgua e novamente as 7h da madrugada zarpamos sem café quente, ohh sensação ruim. Logo nosso café da manhã foi de sanduíche com coca cola quente, ninguém merece. Subimos mais o rio e abastecemos de diesel que já estava só no cheiro. Caracas! 3a. feria de carnaval e os caras trabalhando pontualmente as 7h hahahahaha.

Navegando pela baia que estava mais que flat, lisa, sem vento aparente com o barulho só do motor o Wilson ficou mais entusiasmado com os veleiros, pois disse que em lanchas é difícil ter tranquilidade por ser muito rápida e nós ali,,,,,, a 5 knós, ai sim dá pra fazer um montão de coisa né? Ele também disse que veleiro engorda, pois havia 3 dias que estávamos comendo a toda hora, sempre mastigando algo, bebendo algo, descascando alguma fruta hehehehe, vida boa. Aprendi muito sobre lancha, o Marco iria adorar andar rápido.

Depois de 3 horas de muito papo sobre tempo, barco, vida a bordo, lanchas etc chegamos a Antonina, na poita do Furioso. Estava coberta de cráca, mas muita cráca, coisas que quem está há tempos fora, além do que, no bar do clube havia umas continhas penduradas lá desde inicio de Dezembro quando saímos,,,, ixi! Desculpa ai Jorge hehehe

É isso por essas férias,após mais de 430 milhas de navegadas segundo meu valente GPS 60CSX acabaram as férias oficialmente. Não foi exatamente como eu havia pensado que seria,mas aprendi muito e vi situações extremas (para mim) vejam o post “MAR EM FÚRIA”, hoje considero aquela situação tranquila, visto que no 1o. dia da travessia de retorno eu nem conseguia controlar o barco e espero que pare por ai, já chega de mar grande e onda grande (pra mim) já deu pra fita é só sair no dia certo.

Nessa foto, estão os dados da viagem, legal né? Por isso gosto desse gps, pequeno, funcional e o principal,,esse eu sei usar, já o chartploter......




RESTINHO DO ANO

Tenho uma relação de coisas para reformar/melhorar no barco, como está não dá para ir a mar aberto com conforto, se pegar tempo ruim então nem se fala mas com calma e ajuda dos mais experientes vamos aprendendo e evoluindo.

Esse ano temos vários feriados (Uma vez disseram que os brasileiros são felizes porque temos muitos feriados e futebol,?? Bom deixa pra lá) e o objetivo agora é fazer bate/volta a Joinville sempre que possível assim pegar a mão. Ainda não sei como fazer isso com a Leandra e Marco a bordo, só de pensar dá arrepios, preciso de mais experiência e confiança pra sair somente nós, além do que, tem que ser mar de almirante nem que seja a motor (1 passo de cada vez né?) e um dia ir a Paraty, com skipper claro.

Por hora é só, agora retornando à Ilha do Teixeira e disputar espaço com a Draga.

T+

JD